Saudades!
Sinto saudades de tudo que marcou a minha vida. Quando vejo retratos, quando sinto cheiros, quando escuto uma voz, quando me lembro do passado. Sinto saudades de amigos que nunca mais vi, de pessoas com quem nunca mais falei ou encontrei. Da minha infância, do presente que não aproveitei de todo, lembrando do passado e apostando no futuro. Sinto saudades do futuro, que se eu idealizar demais, provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser. Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei. De quem disse que viria e nem apareceu, de quem apareceu correndo, sem me conhecer direito, de quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer. Dos que se foram e de quem não me despedi direito. Daqueles que não tiveram como me dizer adeus, de gente que passou na calçada contrária da minha vida e que só enxerguei de relance! Sinto saudades do cachorrinho que eu tive um dia e que me amava fielmente, como só os cães são capazes de fazer! Sinto saudades dos livros que li e que me fizeram viajar. Das fitas cacetes que ouvi e que me fizeram sonhar. Das coisas que vivi e das que deixei passar, sem curtir totalmente. Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que, não sei onde, para resgatar alguma coisa que nem sei o que é e nem onde perdi. Eu acredito que um simples "I miss you" ou seja lá como possamos traduzir saudade em outra língua, nunca terá a mesma força e significado da nossa palavrinha. A palavra SAUDADES, em português, é a melhor maneira de explicar esse aperto no peito, meio nostálgico, meio gostoso, mas que funciona melhor do que um sinal vital quando se quer falar de vida e de sentimentos. Ela é a prova mais clara de que somos sensíveis. De que amamos muito o que tivemos e lamentamos as coisas boas que perdemos ao longo da nossa existência!